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8 Comportamentos que Conseguimos Observar Jogando!

  • Foto do escritor: Nathália Barabás
    Nathália Barabás
  • 12 de ago. de 2022
  • 3 min de leitura

Quando trabalhamos com psicoterapia infantil, frequentemente utilizamos jogos e brincadeiras.


O brincar, de maneira geral, é uma excelente ferramenta e nos ajuda a compreender o mundo interno da criança, assim como cria vínculos, resgata memórias e até desencadeia novas maneiras de enxergar situações ao nosso redor.



Crianças entre 8 e 12 anos se sentem mais a vontade com jogos estruturados enquanto as menores preferem brincadeiras livres: isso se deve à fase do desenvolvimento em que se encontram. As maiores obtém mais prazer ao seguir regras e se ater a combinados.


Como geralmente os jogos possuem regras claras é comum pensarmos que existe pouco espaço para analisarmos comportamentos das crianças. Também existe o risco de cairmos na mesmice de observar apenas como a criança lida com direcionamentos, ganhos e perdas. Mas tem muito mais ai.


Abaixo, algumas das questões que podemos observar durante uma sessão de jogos:





🎲 Facilidade de se adequar a novos cenários, mudando estratégias quando necessário.

Sabemos que a flexibilidade mental é extremamente importante e é ela a responsável por nos ajudar a passar por momentos desafiadores. Durante a brincadeira, muitas vezes a criança necessita rever seus objetivos e suas estratégias, com isso, podemos analisar dificuldades em flexibilizar, assim como abordar a temática e gerar aprendizados significativos.




🎲 Capacidade lógica e matemática

A maioria dos jogos lida com a lógica de uma maneira bastante divertida, o que favorece e muito entendermos um pouco melhor do funcionamento cognitivo da criança, a facilidade com a qual interpreta novos dados e saídas criativas e inovadoras para problemas. Alguns jogos ainda trazem a temática monetária, fazendo assim com que a criança apresente seus conhecimentos matemáticos e demonstre, de forma lúdica, suas crenças em relação ao dinheiro.


🎲 Resiliência


Quem nunca ficou bravo ao perder uma partida de Banco Imobiliário que atire a primeira pedra. Muitas vezes as partidas não saem da maneira que queremos e é necessário resiliência para iniciar a jornada mais uma vez.


🎲 Autoestima


Não é incomum vermos crianças (e até adultos) se xingando durante partidas de jogos. A maneira como nos direcionamos à nós mesmos demonstra muito sobre a nossa autoestima e aprender a nos tratar com respeito e carinho é essencial dentro da terapia. Compreender que nosso valor não está atrelado à vitórias ou até mesmo ao nosso desempenho é uma lição valiosa e através dos jogos podemos observar a etapa em que o paciente se encontra nessa jornada.


🎲 Atitude diante à aprendizagem

Um jogo novo nem sempre é fácil. Aprender regras, novas formas de jogar e até mesmo habilidades necessárias pode ser desafiador. Conseguimos observar a resistência a aprender ou, até mesmo, a ansiedade diante novos desafios.




🎲 Repetição de ciclos e fixações Pode ser a dificuldade de mudar a estratégia ou até mesmo o apego à determinados elementos do jogo, a repetição se destaca e pode inclusive representar aspectos que necessitam de atenção na vida do sujeito. Prestar atenção à esses pequenos detalhes faz toda a diferença na abordagem do terapeuta.

🎲 Agressividade e passividade Se frustrar e ficar bravo diante uma partida perdida é comum e saudável, porém quando as reações extrapolam os comportamentos esperados, é necessário se atentar ao momento para trabalhar tais aspectos na sessão.

🎲 Tendências a desviar-se de regras

Aquela escondidinha de carta, a contagem errada de propósito, a espiada no jogo do adversário... Na sessão observamos tais comportamentos com uma postura não ameaçadora ou punitiva. Ao invés disso, observamos com olhares atentos o que o faz sentir tal necessidade. Seria uma necessidade imensa de vencer? A falta de entendimento do jogo? Comportamentos espelhados de algum adulto? Comportamento opositivo frente ao terapeuta?

O olhar do terapeuta infantil precisa ser atento, gentil e cuidadoso, buscando sempre compreender a brincadeira como uma narrativa, um espaço de vínculo e uma oportunidade de intervir.


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Psicóloga Clínica | Especialista em Terapia Cognitivo-Comportamental 
CRP 06/134422
Itupeva/SP

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